ANO 18 .............................................. No. 102

MARÇO - ABRIL 2013 ..........Orientador: Álvaro Trigo


ABERTURA

Investidores conservativos, após construírem as suas pastas de investimento com ações geralmente referidas como blue chips - bancos, oleodutos, imobiliário, bens de consumo e outros setores do mercado considerados de menos risco - poderão querer diversificar os seus investimentos, incluindo uma companhia produtora de ouro.

Minas, como temos referido algumas vezes, é dos setores mais incertos da economia. O setor oferece mais riscos do que outros. No entanto, se se considerar investir numa companhia mineira dever-se-á fazer em companhias com fortes alicerces. Companhias pequenas, especialmente aquelas recém- estabelecidas, só devem ser consideradas por aqueles que gostam de assumir riscos, dado que tais investimentos podem ser considerados agressivos, ou, mesmo, especulativos.

Isto tráz-nos ao tema deste BOLETIM. Uma mina de ouro pode ter lugar numa pasta de investimentos, diversificada. Assim, apresentamos a maior companhia mineira mundial produtora de ouro – BARRICK GOLD CORP.

Companhias mineiras envolvidas na extração de ouro e prata (tais como as de oleodutos) são acusadas por deteriorar o meio ambiente, poluir águas e outras culpas variadas. Igualmente, no caso de Barrick, e restantes companhias explorando ouro e prata, o método mais comum de recuperação do metal é através de cianeto. Naturalmente, isto é uma preocupação, devido à destruição do meio ambiente e envenenamento de águas.

BARRICK GOLD CORPORATION

Barrick Gold Corporation (abx) produz ouro e cobre e tem interesses em propriedades de óleo e gás no Canadá. Mundialmente, é a maior produtora de ouro, tendo produzido 7.420 mil onças do metal precioso em 2012.

Tal como outras companhias envolvidas na exploração e produção de ouro, Barrick tem visto os seus lucros reduzidos e o preço das ações em queda. Problemas são variados: elevado custo da mão-de- obra, governos não simpatizantes e oposição a certos projetos por populações locais.

Em África a companhia irá writing down US$4.2 (biliões),($4.2 mil milhões) do valor da sua atividade na mina de cobre Lumwana, em Zâmbia. O custo de extrair cobre de Lumwava aumentou substancialmente, incluindo o aumento para o dobro das royalties pelo governo do país, resultando num prejuízo para a companhia de US $3 biliões de dólares no quarto trimestre.

O custo da gigantesca mina Pascua-Lama, antecipado como US$8 biliões, passou para US$8.5 biliões. Custos do projeto têm aumentado, mas, atualmente, parecem estar debaixo de controlo. Problemas com populações locais em Lagunas Norte, no Peru, foram recentemente resolvidos, ou, pelo menos, adiados para data futura. Cerca de 200 locais manifestaram-se recentemente num protesto público contra a companhia. O Presidente do país apelou para medição entre a Barrick e os manifestantes, para evitar conflitos sociais entre comunidades, devido a royalties, fornecimento de água e outras matérias. Peruanos terminaram, assim, a blocagem de protesto. A companhia e leaders da comunidade concordaram em participar em reuniões para arranjar solução para emprego, salários e qualidade da água. Os manifestantes não impediram a continuação de produção da mina. Barrick afirma que se esforçará para responder às preocupações das populações locais.

Falando com analistas financeiros, o novo CEO, Sokalski, afirmou que Barrick fez progressos fundamentais e continua a ser um leader na indústria e que será mais disciplinado no uso de capital. Afirmou que a nova focalização da companhia será ter melhores receitas das suas produções e não tentar crescimento a qualquer custo. Ele crê que os fundamentais continuam a suportar um preço elevado do ouro e do cobre.

Barrick promete alterar a maneira como gere as suas atividades. A companhia ira adiar despesas anteriormente orçamentadas de US$4 biliões, e, afirmou, que não tem planos para construir quaisquer novas minas nas condições presentes do mercado.

O que temos em favor de Barrick?

Se bem que o preço do ouro tivesse aumentado 10% desde o principio de 2012, as avaliações de companhias mineiras exploradoras do metal tiveram uma descida média de 19%. e Barrick, uma baixa maior de 26%.

Entretanto, é cada vez mais difícil encontrar ouro e a sua escassez poderá contribuir para um aumento do preço do metal e, subsequentemente, puxará o preço de ações das companhias envolvidas na sua produção.

Cremos que a nova focagem em eficiência, em vez de crescimento, resultará numa normalização da atuação da companhia. No entanto, quem considerar investir em Barrick deverá seguir de perto tudo o que se relacionar com ela. A companhia distribui um pequeno dividendo e as suas ações são transacionadas em Toronto e Nova Iorque.

POTASSA, SOLUÇÃO PARA UMA CRISE ALIMENTAR?

Será que a produção alimentar não chegará para cobrir as necessidades duma população mundial em crescimento contínuo? Peritos dizem que o planeta confronta uma das maiores crises de sempre: fome. A ideia parece absurda, mas deve ser considerada. Não nos esqueçamos o aumento substancial no custo de trigo, milho, arroz, aveia e soja. Preços de trigo futures triplicaram desde 2004, preço de milho igualmente quase que passou para o triplo e soja triplicou igualmente desde 2006.

Estes aumentos não são agora impulsionados por especuladores, mas por aumento acelerado da procura pela classe média nas nações em crescimento, produção de biofuel e colheitas inferiores em certos áreas.

Será esta a ocasião para investir em ações de companhias que oferecem produtos que contribuem para um aumento de colheitas?

Entre as companhias que poderão beneficiar da necessidade de aumentar a produção agrícola são aquelas que exploram minas de potassa, um dos ingredientes de adubos químicos. As maiores companhias canadianas são Potashcorp (pot), Agrium (agu) and Mosaic (mos). Estas empresas têm visibilidade e são seguidas por analistas financeiros. Mas, entre o spectrum da bolsa, outras mais pequenas merecem igualmente, atenção. Temos agora uma companhia brasileira que começa a ter certa visibilidade - Verde Potash ,

Verde Potash é uma companhia de exploração e produção focalizada em adubos químicos. A companhia está envolvida na produção do mineral que se encontra com abundância na região de Cerrado Verde, no estado de Minas Gerais. Verde Potash tenciona produzir, em extração lenta, não cloride, multi-nutrientes, um produto de adubo químico (fertilizador) chamado ThermoPotash.

A produção de potassa no Brasil é insuficiente para as necessidades locais. Assim o país é importador do mineral. Importações vêm de diferentes proveniências. Companhias pequenas, como Elemental Minerals, (explorando uma mina no ex-Congo francês) têm a sua organização preparada para exportar a sua produção para o Brasil numa simples viagem através do oceano. Outras, contam com o país como cliente para as suas exportações.

Recentemente, um analista financeiro duma instituição bancária canadiana, numa nota enviada aos seus clientes, afirma que Verde Potash oferece a melhor solução para o défice de potassa do Brasil.

Ações de Verde Potash são transacionadas no Toronto Stock Exchange com o símbolo npk.

(28 de fevereiro de 2013)

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