ANO 18 .............................................. No. 104

JULHO - AGOSTO ..........Orientador: Álvaro Trigo


ABERTURA

Seguir o stock market enquanto estamos a gozar férias, pode alterar o nosso estado de espírito e resultar em intranquilidade. Não deixemos que as oscilações da bolsa, que estamos a presenciar, as estraguem totalmente. Devemo-nos lembrar de que é muito importante ter paz de espírito e que investimentos, dinheiro e outros bens materiais não devem constituir objetivos por si, mas simplesmente meios para atingir fins.

A todos desejamos boas férias.

COMENTÁRIO

Todos os sinais apontam para o fim de juros baixos. Hipotecas oferecidas por três bancos canadianos tiveram um pequeno aumento, mas suficiente para alertar investidores do que poderá vir a seguir.

A confirmação de que juros poderão começar a aumentar resta no facto de que nos Estados Unidos, 10-year U.S. Treasury yield atingiu o preço elevado dos últimos 22 meses. Governos e instituições privadas não têm alternativa mas oferecer débito no mercado. No entanto, com economias periclitantes, qualquer subida de juros será limitada.

Esperemos que canadianos, acostumados a juros baixíssimos, não tenham perdido a consciência de que, mais tarde ou mais cedo, eles poderão aumentar. Aumento de juros influencia as decisões de investidores. O valor de ações de companhias de propriedades, especialmente Real Estate investment Trusts, e das chamadas utilities são afetadas negativamente por esses aumentos. Com obrigações a oferecer maior juro e melhores garantias do que ações, investimentos podem ser transferidos das últimas para as primeiras. Ao mesmo tempo, companhias que tenham que renovar débito, terão que o fazer a juros mais elevados. Esta combinação poderá ocasionar uma deslocação de investimentos dum tipo de investimento para outro.

Mas, também há beneficiários duma subida de juros – companhias de seguros. Estas compram obrigações e o seu rendimento suporta pagamentos aos clientes.

O dólar canadiano que estava praticamente a par do americano está agora a descer, bom para as exportações mas mau para aqueles que passam o inverno na Florida, a menos que estes tenham contas bancárias em dólares americanos. Segundo economistas e outros estudiosos do mercado, a baixa das matérias-primas é a principal culpada desta descida.

Companhias mineiras estão confrontando inúmeros problemas: preços baixos de minerais, como é nomeado acima; custo elevado da mão-de-obra; oposição de populações a projetos e governos decididos a exigir maiores receitas das companhias. Muitas das empresas afetadas estão agora a rever as suas atividades. Eficiência nas operações é a ordem do dia. Companhias mais poderosas começam a utilizar automatização com o uso de robots nas suas operações. Esta é uma tecnologia já em uso por companhias de automóveis na produção de veículos. Em minas, tecnologia robótica não só é eficiente e exata, como afasta ainda o elemento humano em trabalhos perigosos.

RÁCIOS

Para analisar ações, analistas usam uma variedade de rácios. Analistas financeiros usam-nos para avaliar o valor duma companhia. O uso of rácios é a relação entre dois números.

O curso de CANADIAN SECURITIES divide rácios em quatro categorias: rácios para analisar liquidez; rácios para analisar débito; rácios para analisar lucros e rácios para analisar valor.

Investidores devem estar conscientes deles, alguns deles mais importantes do que outros, mas todos relevantes para análise duma companhia.

Para investidores os mais importantes são os seguintes:

Working Capital. (Pela divisão de current liabilities por current assets ficamos a saber qual é o working capital).

Debit to Equity. (Este rácio mostra-nos se a companhia tem débito elevado).

Price to Earnings ratio (p/e). (Este é dos mais comuns dos rácios e considerado por grandes e pequenos investidores. (Preço das ações divididas pelos lucros nos últimos doze meses).

Price-to-Book value. (Book value calcula todo o ativo da companhia menos o passivo. Sabendo qual é o Book-value ele é dividido pelo número de ações emitidas).

Yield. (Preço das ações a dividir pelo dividendo). Exemplo: ações negociadas a $9.60 que deem um dividendo anual de 80 cêntimos, diz-se ter uma yield de 12.

Outros rácios igualmente importantes existem, mas os nomeados acima são os mais usados.

Claro que em contabilidade existem muitos problemas. Situações mudam e alguns números são baseados em previsões ou cálculos discutíveis. Num ativo pode haver valores subjetivos, tais como patentes e marcas. Por vezes esses valores flutuam, segundo o que o mercado e contabilistas lhe atribuem. O nome Coca Cola pode ter tido um valor há dez anos atrás e agora valer mais, ou vice-versa. Outra situação acontece na avaliação de terrenos e instalações, que podem estar nos livros contabilísticos com um valor e na realidade valer mais ou menos. Depreciação constitui um fator que pode ser manipulado para cima ou baixo.

Tudo isto são fatores a levar em consideração ao analisar o valor de ações.

(1 de julho de 2013)

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