ANO 18 .............................................. No. 106

NOVEMBRO - DEZEMBRO ..........Orientador: Álvaro Trigo


ABERTURA

Com Natal à porta será, neste momento, uma boa ocasião para oferecermos um presente a nós próprios – ou familiares e amigos? Ações podem ser consideradas como prendas. Após o nosso comentário habitual apresentamos, abaixo, algumas sugestões de compra de ações em baixa que poderão constituir uma boa oportunidade de investimento. Naturalmente que, para aqueles considerando qualquer investimento, sugere-se que consultem conselheiros financeiros ou procedam a uma investigação detalhada das companhias escolhidas.

Devemos, também, estar conscientes de que, num possível melhoramento da economia mundial, fundos transferir-se-ão duns setores para outros. No entanto, diversificação é importante. Esta é uma palavra que todos os que escrevem sobre investimentos nunca se cansam de usar.

COMENTÁRIO

Comparado com preços anteriores, ouro continua em baixa. Todas as companhias mineiras que exploram o metal precioso têm visto as suas avaliações descer. Com grande visibilidade, Barrick Gold, a maior companhia produtora do metal, além dos problemas afetando o setor, tem problemas inerentes a ela própria, o maior dos quais é com a sua propriedade nos Andes. Após decisões de tribunais chilenos, greve de mineiros e outros problemas, Barrick decidiu suspender os trabalhos na mina. Sobrecarregada com débito a companhia decidiu fazer uma emissão de ações. A subscrição, a $18.35 por ação rendeu $3.45 biliões (345 mil milhões) de dólares. Fundos da emissão serão usados para reduzir o débito elevado. Pascua-Lama, o maior projeto da companhia, tem sido um gastar-sem-fim de fundos e ameaça as reservas monetárias de Barrick. Claro que há um custo para acionistas – diluição, com o aumento no número de ações em mais de 15%.

Transformações estão no horizonte. Peter Munk deixou a companhia. John Thorton, ex-presidente de Goldman Sachs, é o seu sucessor. Esperam-se outras transformações na direção com a nomeação de novos diretores. A transformação é importante, a dúvida é se resultará, num cenário de instabilidade para metais preciosos.

Outro setor, igualmente, em baixa é o de propriedades. O aumento de juros a longo termo em bonds provocou uma fugida de mercado de propriedades, especialmente REITS. Segundo alguns analistas espera-se que, mais tarde ou mais cedo, juros aumentem. Investidores, então, poderão ter melhores ganhos noutros setores.

Utilities, fornecedores de gás e eletricidade, tâm estado, igualmente, em baixa. O aumento de juros a longo prazo, aliados a outros fatores, provocaram a baixa de companhias do setor – Emera, Fortis, TransAlta... Este é um setor que merece mais respeito dos investidores.

Se estes setores estão em baixa, o resto do mercado, em termos gerais, está em alta. Aqueles que esperavam uma descida das ações de bancos terão que esperar mais algum tempo, já que estas estão a atingir os preços mais elevados do ano. Companhias de seguros, após dificuldades recentes, estão, também, em forte recuperação.

Em baixo, apresentamos companhias que, na nossa opinião, estão fadadas para subir. Elas oferecem dividendos atrativos, o que permite a investidores serem pacientes nos seus investimentos e suportarem as altas e baixas do mercado. Entre eles encontram-se algumas das nossas favoritas.

OPORTUNIDADES?

FORTIS (fts)

Fortis é a maior empresa pública da especialidade no Canadá, com uma clientela de 2.4 milhões de utentes no país. Tem, também, investimentos nos Estados Unidos e Caraíbas. Atividades reguladas oficialmente constituem 90% do ativo da companhia. Possui, ainda, hotéis e outras propriedades. Expropriação duma empresa elétrica em Belize, receitas baixas nas utilities e, para compor o cenário, o aumento de juros nas obrigações a longo prazo influenciaram a avaliação da companhia por acionistas. As ações baixaram e isso significa oportunidade de compra. Ao preço atual ($31.38) oferecem uma yield de 3.9%.

EMERA (ema)

Emera é outra companhia fornecedora de eletricidade com investimentos no nordeste dos Estados Unidos e trâs países das Caraíbas e cujo preço é regulado por entidades oficiais. Tal como Fortis, tem receitas e cash flow estáveis. Com um bom dividendo, Emera é uma companhia estável, cujas receitas são previsíveis. Oitenta e cinco por cento da atividade de Emera é regulada. Ao preço atual ($29.72) oferece uma yield de 4.9%

KILLAM PROPRIETIES (KMP)

Killam é uma companhia do setor de real estate com sede em Halifax, possuidora de apartamentos e comunidades residenciais. Os seus investimentos iniciais foram na costa Atlântica do Canadá. Recentemente alargou-os, adquirindo propriedades no Ontário. Redução em aluguéis nas províncias marítimas e aumento do preço de gás foram compensadas por melhoria de receitas no Ontário. Ao preço atual ($10.58) oferece uma yield de 5.4%.

FIRST CAPITAL REALTY INC. (fcr)

First Capital é proprietária, construtora e operadora de Plazas, supermercados, farmácias e centros comerciais em áreas urbanas em crescimento. A companhia tem interesses em 164 propriedades e ainda três designadas para futuro desenvolvimento. A possibilidade de aumento de juros está a exercer pressão no valor das ações. Ao preço atual ($17.10) elas têm uma yield de 4.8%

RIOCAN REIT (rei.un>

Outra companhia cujas ações têm estado em baixa é RioCan. Esta é uma das preferidas por analistas. RioCan é o maior REIT do Canadá com interêsses em mais de trezentas propriedades. Tem igualmente propriedades nos Estados Unidos e, presentemente, 15 em construção no Canadá. Ações, ao preço atual ($24.56) tem uma yield de 5.7%.

(24 de novembro de 2013)

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