BOLETIM FINANCEIRO


ANO 5 ...................................... No. 25

MAIO - JUNHO 2000 ......................... Director: Álvaro Trigo


INTRODUÇÃO

Este numero do Boletim, tal como a anterior, sai atrasado. O próximo número sairá nos primeiros dias de Julho.

Nesta edição reduzida apresentamos uma companhia de seguros. Esta indústria está a atravessar uma fase de grandes transformações especialmente devido à "demutualização". Enquanto anteriormente companhias de seguros pertenciam aos seus membros (possuidores de apólices) agora, como companhias públicas, têm as suas acções listadas na bolsa. Para completar este processo milhões de acções têm sido emitidas.

O nosso objectivo é apresentar companhias públicas canadianas de diferentes ramos de actividade e estimular o interesse por investimentos na bolsa. Aqueles interessados nesta forma de investimento são, no entanto, aconselhados a procurar mais informações sobre as companhias mencionadas e a consultar profissionais.

Um leitor perguntou-nos porque nunca mencionamos companhias do ramo de floresta e de polpa de papel ou companhias mineiras. Estas são duas áreas cíclicas e sujeitas a altos e baixos, por isso não aconselhadas a novos investidores.

COMPANHIAS DE PRIMEIRA QUALIDADE

MANULIFE FINANCIAL CORPORATION

Manulife completou recentemente os seus 113 anos de existência, mas apenas em Setembro do ano passado se tornou uma companhia pública.

Manulife é uma das principais companhias canadianas do ramo financeiro, cuja principal actividade são seguros. Manulife, e as suas filiadas, tem actividades no Canadá, Estados Unidos, Grã-Bretanha e Alemanha. No Extremo Oriente a companhia tem interesses na China, incluindo Hong-Kong e Macau, Formosa, Singapura e Filipinas.

Recentemente, companhias de seguros, também conhecidas como companhias mutualizadas, ou seja companhias que pertencem aos seus clientes, têm-se transformado em companhias públicas. A ideia de mutualismo teve as suas origens em França.

A transformação tem permitido aos segurados receber acções ou aceitar dinheiro, se decidirem não se tornar accionistas das companhias.

Manulife tem crescido bastante, internamente e no estrangeiro. No Canadá teve o segundo melhor crescimento na indústria. Um em cada dez canadianos é cliente da companhia, seja em seguros de vida, de saúde ou planos de poupança.

Presentemente, companhias de seguros beneficiam de três factores: uma população mais idosa e com mais dinheiro à procura de segurança financeira; a introdução e crescimento de novos mercados internacionais e o uso de tecnologia que permite melhores relações entre companhias e clientes.

Nos Estados Unidos o número de novas contas aumentou 40% em 1999 com um grande crescimento na área de planeamento financeiro.

Manulife tem estado presente na Ásia há mais de 100 anos; é a terceira maior fornecedora de seguros de vida em Hong-Kong e a quarta na Indonésia e nas Filipinas.

Os prémios de seguro na região aumentaram 60% o ano passado, receitas e lucros aumentaram à volta de 70%, isto devido à recuperação económica asiática e ao aumento da presença de Manulife na região.

Indonésia, Filipinas e Singapura mostraram crescimento satisfatório. Apenas a Coreia não acompanhou tal progresso.

Em Abril de 1999 Manulife foi autorizada a operar no Japão, começando a vender os seus produtos financeiros em Setembro. Actualmente já tem cerca de 200.000 clientes. Japão é o maior mercado mundial para seguros de vida.

A companhia continua a estudar a possibilidade de adquirir uma firma japonesa que tem tido problemas financeiros - Daihyaku Mutual Life Insurance. Esta é a décima quinta seguradora do país com 32 milhões de apólices.

Em Agosto, Manulife foi autorizada a vender seguros de vida no Vietname. É a primeira companhia de seguros estrangeira a entrar no país.

O território de Hong-Kong é particularmente prometedor devido a um programa mandatário de pensões (Mandatory Provident Fund) criado pelo governo local. Trabalhadores e empregados em centenas de milhares de firmas serão obrigados a participar neste plano que as entidades patronais terão que implementar até ao fim do ano.

Manulife continua a aumentar o volume de negócio. Cento e doze biliões de dólares em administração de capitais em 1999 representam um aumento de 16% em relação ao ano anterior. Depósitos e prémios de seguros aumentaram 31%, ultrapassando os 20 biliões de dólares. Lucros líquidos foram de $1.75 por acção, um aumento de 23% em relação a 1998.

A companhia comprou 6.9 milhões das suas próprias acções para cancelamento e pagou o seu primeiro dividendo de 10 cêntimos em Fevereiro.

Durante o período 24 de Setembro a 31 de Dezembro de 1999 as acções foram negociadas na bolsa de Toronto a preços entre $16.95 e $21.10 dólares. Recentemente o preço tem rondado os 23 dólares, um pouco caras mas reflectindo a percepção dum valor latente.

A companhia tem como objectivo um aumento anual de 15 por cento em receitas e lucros. Tudo parece bem encaminhado para isso. Ela continua ainda atenta à possibilidade de aquisições tanto no Canadá como no estrangeiro.

As acções são negociadas nas bolsas de Toronto, Nova Iorque, Hong-Kong e das Filipinas.

OPINIÕES

Eis algumas opiniões de analistas financeiros sobre companhias públicas canadianas:

* MANULIFE FINANCIAL CORP - Segundo Mário Mendonça (CIBC World Markets) Manulife é uma das mais fortes companhias de seguros demutualizadas. Um pouco "cara" em comparação com outras companhias da indústria, mas dentro de um ano as acções devem andar à volta de $26.00. A sua recomendação: hold.

* METANOL CORPORATION - A companhia é a maior produtora de metâneo (metanex), um derivativo de gás natural usado em diferentes produtos, entre os quais um aditivo para gasolina. Os preços das acções têm andado por baixo. Metanol teve prejuízos nos últimos oito trimestres. No entanto, Robert Hastings, um analista com Goepel McDermid in Vancouver, vê melhores dias no horizonte. As acções presentemente transaccionadas à volta de $3.25 americanos chegaram a ser negociadas a menos de 2 dólares no período de 12 meses. Ele espera que dentro de um ano cheguem a $8.00 US.

(Preparado: Junho de 2000).


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