ANO 8 .............................................. No. 44

JULHO - AGOSTO - 2003 ............... Director: Álvaro Trigo


ABERTURA

Alguns investidores estão a preparar-se para ir de férias, outros já as estão a gozar. Mas na maioria dos casos os seus pensamentos continuam focados num mercado cheio de incertezas. Será que o optimismo moderado presente irá continuar? Esperemos que sim.

Este número do BOLETIM é mais pequeno e resume-se a dois artigos. Para aqueles que procuram ajuda profissional nos seus investimentos temos um artigo sobre conselheiros financeiros; para aqueles curiosos sobre investimento através da Web temos um artigo sobre os resultados duma análise feita pelo Report on Business aos corretores on line.

COMO ESCOLHER UM CONSELHEIRO FINANCEIRO

Como escolher um Conselheiro Financeiro? Uma maneira comum de arranjar um conselheiro financeiro, (adviser) é através de um amigo ou familiar que já tenha um e esteja satisfeito com o serviço. Agora que os maiores bancos têm as suas próprias firmas de investimento, uma agência bancária pode também encaminhar o leitor para uma delas. Igualmente as páginas amarelas têm secções de firmas da especialidade.

Após uma escolha, vem a entrevista (sem compromisso ou custo). Neste primeiro contacto é essencial que o cliente se sinta confortável com o profissional, que compreenda a espécie de serviço que irá receber e o custo envolvido pelo mesmo. Caso não esteja satisfeito deve procurar outro. Uma boa ideia é consultar vários antes de tomar uma decisão.

O adviser deve ser informado da situação do cliente: bens e responsabilidades financeiras, tolerância para risco e objectivos. Tal como o conselheiro deve fazer perguntas e apresentar sugestões, ele deve igualmente estar preparado para responder aquelas que lhe sejam feitas. No fim da entrevista ele deve propor um plano adequado à situação do cliente.

Porque a situação pessoal de cada um é única, o plano preparado pelo conselheiro será um plano adequado para o cliente, mas que poderá ser muito diferente daquele elaborado para o próximo que o consulte. Situações pessoais diferentes pedem planos diferentes. Se há clientes com bons empregos, pensões, situação financeira tranquila e estejam dispostos a aceitar maiores riscos para a possibilidade de maiores ganhos, outros haverá cuja situação financeira precária ou maiores responsabilidades familiares não lhes permitam tal agressividade.

Se a escolha de produtos financeiros é vasta, o novo investidor deve evitar produtos complexos e de alto risco. Produtos adequados podem resumir-se a fundos de investimentos, acções, obrigações e títulos de tesouro.

A primeira linha de defesa é ter objectivos concretos acerca das finanças pessoais. Por vezes os próprios clientes estão incertos acerca do que pretendem. Neste caso cabe ao profissional limar certas arestas e expor ao cliente as opções e ajudá-lo a focar num objectivo.

Um ponto importante: qual a importância a investir? Dez mil dólares ou um milhão? Pequenas importâncias não serão certamente colocadas na bolsa, mas a fundos de investimento, obrigações ou depósitos à ordem.

Qual a frequência com que analisar a conta com o profissional? Dar-lhe total autonomia ou ter voz activa em cada decisão tomada? A última é certamente a mais aconselhável. O bom conselheiro financeiro deve sugerir e explicar a razão de cada investimento.

A relação entre o cliente e o profissional tem que ser contínua. Infelizmente porque circunstâncias económicas, políticas e financeiras mudam, o plano pode ser alterado para se ajustar a novas realidades.

Um dos motivos de descontentamento em relação a advisers refere-se à forma como alguns são compensados pelo seu trabalho. No Canadá as formas de compensação podem ser: Commission-based adviser, em que o profissional é pago por uma companhia quando o cliente faz um investimento. Fee-based model, no qual o conselheiro recebe a combinação de comissão e pagamento pelo cliente. Fee only em que o cliente paga periodicamente uma importância (anual, trimestral, etc.) calculada à hora ou uma percentagem do valor da pasta de investimento.

Um problema com aqueles que trabalham com fee-based e comissão, ou apenas comissão, é que geralmente não recomendam fundos de investimento de companhias que não lhes ofereçam comissão.

Variantes existem e o cliente deve-se sempre informar como o conselheiro é remunerado.

Um bom conselheiro deve tratar clientes com honestidade e integridade e recomendar investimentos adequados. Deve investigar os objectivos pessoais dos que o consultam, bem como tolerância a riscos e examinar os seus valores e débitos.

Se bem que um conselheiro para investimentos seja diferente dum financial planer, por vezes as linhas cruzam-se e o serviço oferecido pode ser uma combinação dos dois. No caso de planeamento este pode abranger diferentes áreas. Além de planeamento financeiro, existe planeamento para impostos, seguros, ou negócios. Muitas questões podem surgir. Existem problemas com débito? Podem-se modificar as finanças para pagar menos impostos? São os seguros suficientes e adequados? Quem é especializado numa área, pode não o ser noutra. Em situações mais complexas poderá ter que se recorrer a mais do que um profissional.

Se bem que alguns profissionais por vezes actuem de forma que não corresponde ao que clientes esperam deles, é recomendavel que se consulte profissionais diplomados por instituições reconhecidas.

INVESTIR ON-LINE

Recentemente o suplemento financeiro do Globe & Mail, Report on Business, fez uma avaliação dos diferentes corretores on-line, também conhecidos como discount brokers. Esta foi a quarta desde que o jornal decidiu fazê-la anualmente. Um total de 13 firmas foram incluídas no estudo.

A análise foi feita usando cinco transacções hipotéticas e com o foco em várias categorias: custo; facilidade de navegar no site; número de instrumentos de busca, tais como facilidade de encontrar acções ou obrigações difíceis de localizar na Web, planeamento financeiro e ajuda para determinar percentages em categorias de investimento; tipos de transacções, com mais pontos para sites que permitam vender acções short, tenham stop orders e ofereçam escolha na confirmação de transacções; número de serviços electrónicos, tais como transferências de fundos entre bancos e corretores, alertas de e-mail confirmações e, finalmente, grau de satisfação dos clientes, este em resultado de um estudo de mercado feito anteriormente pelo jornal.

Segundo o juízes, o melhor site é o InvestorLine, do Banco de Montreal. O segundo melhor foi atribuído a TD Waterhouse.

Os juízes deste estudo teceram grandes elogios à página electrónica de InvestorLine e aos serviços que ela oferece. Segundo eles esta não só permite transaccionar acções rápida e eficientemente como oferece vantagens que outros discount brokers não oferecem. Entre elas: compra e venda de obrigações e tools para decidir um balanço adequado entre acções, obrigações e cash Enquanto a maioria de sites de outras firmas apresentam o valor das pastas de investimentos de clientes ao fim do dia, InvestorLine mostra-o em tempo real (no próprio momento em que o cliente o procura).

Investidores estão a mudar de serviço personalizado (falar com um corretor pelo telefone) para serviços não personalizados, quer pelo telefone, quer pela internet. Isto traduz-se numa redução de preço nas ordens executadas.

Para quem quiser visitar a Web site do InvestorLine o endereço é: http://www.bmoinvestorline.com/.

(Preparado a 6 de Junho de 2003)

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