ANO 8 .............................................. No. 46

NOVEMBRO - DEZEMBRO - 2003 ............ Director: Álvaro Trigo


ABERTURA

Este número do BOLETIM sai atrasado e em forma mais reduzida. O próximo sairá na primeira semana de Janeiro.

O fim do ano que se aproxima é tempo de reflexão e também de organizar as finanças. É sobre isto que dedicamos o comentário abaixo.

COMENTáRIO

Para residentes do Canadá o fim do ano é o momento de fazer limpeza na pasta de investimentos. É quando vendem acções que baixaram de valor, e para as quais não se vêem perspectivas imediatas de subida. Ao usar as percas contra ganhos, reduzem impostos nos ganhos de capital. (Ganhos de capital pagam impostos. Estes podem ser reduzidos pelas percas, diminuindo assim a verba sobre a qual o imposto incide).

Esta é uma estratégia empregada por investidores que pretendem pagar menos impostos e desfazerem-se dos ditos cães que fazem parte das suas pastas de investimento.

Num mundo perfeito o ideal seria investirmos numa boa companhia e nunca mais nos preocuparmos com o investimento. Infelizmente o mundo não é perfeito e está cheio de incertezas e imprevistos.

É certo que há companhias que parecem oferecer todas as garantias de crescimento e aumento de valor, mas tal é sempre a curto termo.

Investidores experimentados sabem que quando se investe na bolsa nunca se deve perder de vista a actuação dos investimentos. Óptimos investimentos de hoje, podem tornar-se grandes problemas amanhã. Nunca há garantia de que uma companhia continue a ter boa actuação no futuro. Para minimizar tais riscos temos que rever periodicamente a pasta de investimentos.

Assim como decidimos comprar acções, pode tornar-se necessário ter que as vender. Há diferentes razões para a venda, além da possível necessidade de fundos no momento: acções estão a preço elevado e há possibilidade de uma descida; a companhia pode não estar má, mas aparecem possibilidades melhores noutros investimentos. No entanto, a razão mais comum pela qual investidores vendem acções no fim do ano é por elas estarem em baixa e com poucas possibilidades de recuperação.

Uma das indecisões com que investidores se confrontam é o que fazer quando as acções mostram uma baixa apreciável. Não fazer nada e esperar por uma recuperação ou vendê-las com perca, antes que esta seja ainda maior?

Tomar uma decisão nestes casos não é fácil. Tudo depende das companhias e das circunstâncias. Há situações em que companhias cujo valor de mercado desceu consideravelmente este, eventualmente, volta a subir. Aqueles que têm confiança na companhia podem até aproveitar a descida para comprarem mais. Noutros casos, não há grandes esperanças de subida e a situação parece agravar-se de dia para dia. Neste caso será melhor vende-las o mais rápido possível, antes de que o prejuízo seja maior.

Naturalmente, há mérito em ambas as decisões e tudo depende das companhias em questão e do próprio mercado.

Em conclusão: vender acções com prejuízo é recomendável em certas circunstâncias e é, como dissemos no princípio deste comentário, uma maneira eficiente de reduzir ganhos e pagar menos imposto de ganhos de capital.

COMPANHIAS A CONSIDERAR

SUNCOR

Suncor é uma companhia petrolífera envolvida na exploração, refinação, distribuição e venda ao público de produtos petrolíferos e petroquímicos. As suas divisões principais são: oil sands, gás natural e Sunoco.

Suncor está a explorar uma área de Alberta conhecida como Athabasca tar sands. Esta área contém maiores reservas de óleo do que a Arábia Saudita. Ao ritmo actual de exploração as reservas durarão cinquenta anos.

A companhia é a leader na produção deste tipo de pesquisa e tem estado a explorar a área desde 1967. Aperfeiçoamentos tecnológicos na maneira de separar o óleo da areia, tornou a extracção proveitosa, o que não acontecia no passado. Não só a produção de óleo tem aumentado, como o custo de produção por barril tem diminuído.

A companhia está a trabalhar em diversos empreendimentos. Acaba de completar um deles, a expansão do projecto Millennium. Como resultado a produção de óleo aumentará para o dobro. Outros projectos estão no horizonte.

No último trimestre, a média de extracção de óleo foi de de mais de 230,000 barris diários.

Suncor tem também estações de gasolina Sunoco; umas explora na totalidade e outras em colaboração com outros. Tem ainda 50% das estações de gasolina Pioneer.

A companhia tem beneficiado do preço elevado do óleo. No fim de Setembro deste ano apresentou um lucro anual de $1,042,000 ($2.33 por acção), comparado com $529,000 ($1.12) do mesmo período do ano anterior.

Esta é uma das poucas companhias que não deve causar sobressaltos a investidores, pelo contrário, promete crescimento constante que se deve reflectir no preço das acções e possivelmente em dividendos. Estes estão condicionadas à necessidade de lucros serem usados para novas explorações, aquisições ou buy-backs.

Desde Outubro o preço das acções tem aumentado. No entanto ainda é tempo de se investir na companhia. Preço recente: $28.67($29.30 - $23.11 nos últimos doze meses). O dividendo é pequeno, apenas 20 cêntimos anuais e o p/e é de 12.50.

(Preparado em Novembro de 2003)

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