ANO 11 .............................................. No. 65

JANEIRO - FEVEREIRO - 2007 ............ Director: Álvaro Trigo


ABERTURA

Em Janeiro de 1996 foi publicado o primeiro número do BOLETIM. Parece que foi ontem, mas já lá vão dez anos. Com o presente número iniciamos o 11° ano de publicação. Nestes anos houve muitas transformações no panorama financeiro do país. Algumas das companhias apresentadas aqui, desapareceram; outras, tiveram actuações díspares. Ao iniciarmos um novo ano – refreamo-nos de dizer “outra década” - tentaremos manter a promessa inicial de apresentar neste “espaço” companhias negociadas na Bolsa de Toronto e notícias relevantes ao mercado canadiano.

Neste começo de 2007 desejamos a todos aqueles que nos lêem, os votos de um ANO FELIZ, com muitas prosperidades e bons investimentos.

COMENTÁRIO

2006 foi um ano favorável para o índice da bolsa de Toronto. A subida foi de 14%. Isto é o 4° ano de ganhos anuais. Matérias-primas tiveram actuação excepcional. Ouro, níquel, cobre, zinco e urânio chegaram a preços recordes. A expansão económica da China e da índia contribuiu para os aumentos de preço.

A construção residencial nos Estados Unidos foi igualmente um contribuinte para a boa actuação da economia. Desde há alguns anos que se previa uma queda desse mercado, todavia só agora a o sector começa a abrandar. No Canadá continua a construir-se, no mesmo ritmo, casas e condomínios; apenas o aluguer de habitação estagnou. Agora é fácil alugar uma casa (apartamento) a preços razoáveis.

O ano foi caracterizado pela grande subida do preço do óleo que chegou a $75 dólares o barril em Abril. Após essa alta o preço tem descido gradualmente. O preço do gás natural também tem estado em descida. Fechou o ano a $6.22, cerca de metade do preço transaccionado doze meses antes. Temperaturas benignas em regiões do país resultam em menor consumo de óleo e gás.

Takeovers também constituíram notícia. Companhias canadianas ao serem adquiridas por empresas estrangeiras desapareceram da bolsa de Toronto. O clímax foi atingido quando CRVD, do Brasil, comprou Inco por $86 dólares por acção – um preço decididamente elevado e suficiente para bater a competição.

Em Outubro o governo federal decidiu eliminar as vantagens em impostos dos income trusts. Isso ocasionou protestos de muitos investidores.

Apesar dos sobressaltos e surpresas, que sempre surgem, pode-se afirmar que, no conjunto, o ano que passou foi favorável para investidores.

COMPANHIAS A CONSIDERAR

ALCAN

Alcan é sinónimo de alumínio. A companhia é a segunda maior produtora mundial de alumínio (depois da americana Alcoa). Ela produz e exporta produtos primários, para serem usados e transformados no destino, e produtos acabados, embalagens, papel de alumínio, etc...

Parte da produção de produtos primários (barras de mineral) é exportada para vários países para transformação em produtos de alumínio.

Alcan emprega mais de 65.000 pessoas em 61 países e regiões, seja através de produção, importação ou simplesmente com escritórios de vendas. A sede da companhia é em Montreal. Em Portugal Alcan está presente em Lisboa e Carvalhos.

Grande parte das fundições está localizada no Quebeque. Custo baixo de electricidade na província beneficia Alcan. O governo do Quebeque e a companhia têm uma relação amistosa e íntima, de que têm resultado benefícios mútuos.

Mais recentemente, na Colômbia Britânica, Alcan pretendia vender o excesso de electricidade, não utilizada em produção, à companhia de electricidade da província. Essa iniciativa encontrou obstáculos quando a agência “British Columbia Utilities Commission” decidiu que não aprovaria tal contrato. A decisão da Comissão poderá “liquidar” a disposição de Alcan de modernizar a fundição em Kitimat, na parte noroeste da província.

Um sistema de gestão integrada iniciado em 2004 possibilita à companhia uma colaboração mais eficiente entre as suas diversas divisões. Cada um dos grupos – bauxite e alumina, metais primários, produtos trabalhados e empacotamento tem forte presença nas Américas, Europa e Ásia.

Em 2003 Alcan adquiriu uma companhia francesa, Pechiney, e fez imediatamente uma racionalização da produção.

De tempos a tempos fala-se de um takeover de Alcan. Segundo certas fontes de informação, tanto Rio Tinto como BHP Billiton estariam interessadas na companhia. Se tal acontecesse isso resultaria num bónus para os accionistas de Alcan, mas noutro “golpe” para o nacionalismo canadiano. Recentemente o Presidente e CEO da companhia, Dick Evans, afirmou que as possibilidades de um takeover estão a diminuir.

Os lucros da companhia aumentaram 100% no primeiro trimestre do ano, comparada com igual período do ano anterior. Cash flow foi positivo (negative, no ano anterior). Vendas e operating revenue aumentaram igualmente.

A companhia aumentou o dividendo de 15 cêntimos para 20 cêntimos US.

Com excesso de cash, a companhia decidiu despender cerca de $750 milhões de dólares (US) na compra das próprias acções para cancelamento.

As acções de Alcan são negociadas nas bolsas de Toronto, Nova Iorque, Londres, Paris e Suíça.

A companhia usa dólares americanos nos seus relatórios financeiros.

Preço no fim do ano: $56.78 (Dólares Canadianos) ($64.99 - $41.78). P/E 19.

Alcan é uma das companhias favoritas de analistas financeiros e existem boas razões para isso.

(4 de Janeiro de 2007)

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