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ANO 15 .............................................. No. 83

JANEIRO - FEVEREIRO de 2009 ............ Director:ute;lvaro Trigo


ABERTURA

2009 acabou melhor do que começou. Em 2008 assistimos ao começo da queda da bolsa e, a partir da Primavera de 2009, a uma recuperação sensacional. Economistas dizem-nos, agora, que saímos duma recessão – não interessa a taxa de desemprego elevada...

O BOLETIM mudou de casa. Transferiu-se do Geocities para o Tripod, com uma segunda presença no Angelfire. Os motivos desta mudança são amplamente conhecidos.

COMENTÁRIO

O índice da Bolsa de Toronto fechou a 31 de Dezembro a 11,746 pontos, um aumento de 30% para o ano. Sub-índices de Informação tecnolôgica, serviços financeiro, energia e materiais tiveram a melhor actuação.

Qual a situação da economia e do mercado financeiro? Não é fácil formar uma opinião abalizada. Há muitas forças em conflito. Assim, é natural que alguns investidores continuem hesitantes nas decisões a tomar. Muitos sentem-se protegidos mantendo posições cash.

Outros concentram-se em estudar a direcção económica dos Estados Unidos, sabendo que o Canadá está fortemente dependente do seu poderoso vizinho do sul.

Há aqueles que olham com surpresa, e certo lamento, as inúmeras oportunidades perdidas. Acções de companhias “blue chips” são agora negociadas ao dobro dos preços mais baixos do ano. Um exemplo: as do Banco de Montreal são transaccionadas a mais do dobro de quando atingiram o seu ponto mais baixo. Com o dividendo inalterável, pago trimestralmente, quem teve a coragem de ir contra a maré, e comprá-las na baixa continua a receber um dividendo anual de 10%. Mas isto não é excepção para bancos ou outros blue chips – é a regra. Mesmo companhias de seguros, em situação mais débil do que bancos, estão agora a recuperar.

Para aqueles com coragem, a lição é evidente. Quando todo o mundo entra em pânico e desfaz-se, de qualquer maneira das suas acções, é conveniente manter o sangue-frio e analisar os fundamentais. Se eles nos dizem que a companhia está em boa situação, não nos devemos influenciar pelo pânico que reina na rua.

Economistas prevêem que a economia mundial crescerá à volta de 3%, com a China e a Índia, agora os “meninos bonitos”, a apresentarem percentagens mais elevadas.

RESENHA DE 2009

O bear market de 2008-2009 provocou uma queda do mercado de 43%. A Março de 2009 a bolsa canadiana atingiu o seu ponto mais baixo. A partir daí assistiu-se a uma recuperação sensacional.

Estímulos financeiros oferecidos pelos diversos governos resultaram. Deficits monstruosos? Esqueçamos isso por agora.

Uma subida consistente de valores, causou perplexidade nalguns investidores; mas a maioria abraçou com entusiasmo uma “reentrada” no mercado.

Em 2009, após uma recessão forte mas de breve duração, a bolsa de Toronto subiu 31%,.

PROGNÓSTICOS PARA 2010

O que esperar de 2010? Naturalmente que na bolsa não há certezas. No entanto, há sempre quem goste de fazer prognósticos.

Dizem-nos os economistas que acabamos de sair duma recessão. Quando outras vozes se associam a eles, não temos dúvida de que a economia recomeçou uma fase de expansão, se bem que limitada. No entanto, nestas actividades, um descarrilamento nunca é de excluir.

Em Outubro, o Banco do Canadá prognosticou que a economia do país crescerá 3% em 2010. Este previsão coincide com uma percepção geral da população, confirmada por inquéritos. É curioso como a percepção pública se modifica. De um pessimismo extremo, muda para um optimismo exuberante.

Juros baixos e estímulos económicos promovidos pelos diversos governos contribuíram para o efeito desejado.

Conta-se ainda com a necessidade de matérias-primas, da China e da Índia, para a estabilização da economia mundial.

Maior actividade comercial nos Estados Unidos é esperada. Sabendo que o vizinho do sul é o que mais influencia a economia do Canadá, tal beneficiará o país.

Mas existem algumas nuvens negras a formarem-se no horizonte: défices monstruosos e inflação.

A política de juros baixos do U.S. Federal Reserve Board não continuará indefinidamente e o governo será forçado a aumentar impostos para pagar o débito. Tal contribuirá para o aparecimento, mais cedo ou mais tarde, de inflação. Aumentos de preços e ordenados, impressão de mais dinheiro, resultará em maiores receitas de impostos – uma maneira prática e sagaz de desvalorizar o débito.

O dólar canadiano beneficiará ainda, se houver um aumento da procura de matérias-primas.

CONVERSãO DE TRUSTS

A Outubro de 2006, o Ministro das Finanças, Jim Flaherty, decretou que, a partir the 2011, Investment Trusts passarão a pagar impostos tal como corporações. Cerca de 50 Trusts já se converteram em corporações. Outros parecem aguardar até ao final de 2010. Naturalmente a conversão não é obrigatória, mas trusts ou corporações serão sujeitos aos mesmos impostos.

Presentemente, existem cerca de 170 Income Trusts em Canadá, uma trintena deles são REITs (envolvidos em imobiliário). Estes estão isentos da nova lei.

Preços das unidades de trusts parecem reflectir, já, a nova realidade

ETFs

EXCHANGE-TRADED-FUNDS (ETFs) são dos mais populares produtos financeiros e existem boas razões para isso: eles oferecem diversificação e simplicidade a baixo custo. Um investimento ideal para o pequeno investidor.

ETFs, tal como Fundos de Investimento, constituem um portefólio de acções (ou mesmo obrigações), mas são negociadas na bolsa, tal como acções de companhias públicas. A maioria de ETFs são uma cópia de um índice ou sub-índice.

Eles estão-se a tornar mais visíveis e essa visibilidade contribui pela sua aceitação.

Se bem que se paguem comissões para compra ou venda de acções, despesas de administração são mínimas, fundos de investimento têm uma administração elevada e, em certos casos, outras comissões.

Presentemente há mais de 100 exchange traded funds, cobrindo as maiores classes de assets. Barclays Global Investors, Claymore Investments, Horizons ETFs e recentemente, Bank of Montreal oferecem este produto. ETFs baseados nos Estados Unidos podem também ser comprados no Canadá.

(4 de Janeiro de 2010)

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