ANO 16 .............................................. No. 89

JANEIRO - FEVEREIRO 2011 ............ Director: Álvaro Trigo


ABERTURA

Este é o primeiro número do BOLETIM de 2011.

Neste número, além dos comentários habituais sobre o ano que passou e as previsões para o que agora começa, sugerimos companhias públicas transacionadas na bolsa de Toronto que merecem ser consideradas numa pasta de investimentos.

Um leitor perguntou-nos porque estamos restritos a bolsas Canadianas e não às americanas ou europeias; outro perguntou-nos como investir em companhias portuguesas. A razão é simples: para iniciados interessados na compra de ações, companhias listadas no Toronto Stock Exchange são as mais adequadas. As mais importantes são conhecidas, seguidas e analisadas por analistas financeiros e informação sobre as mesmas é relativamente fácil de obter. Para aqueles que se querem aventurar fora do Canadá, companhias blue chips transacionadas nas bolsas americanas oferecem as melhores oportunidades. Jornais e newsletters da especialidade seguem-nas com a mesma atenção e detalhe como as canadianas.

No próximo número teremos uma resenha breve sobre investimentos fora do Canadá.

COMENTÁRIO A 2010

Depois das grandes perturbações económicas e mercados financeiros de 2009, 2010 não trouxe grandes surpresas. No final do ano, mercados mostraram resultados positivos, apesar das preocupações com a situação financeira dos países da União Europeia e, embora em menor escala, da situação nos Estados Unidos.

Nos Estados Unidos o fantasma do desemprego, oficialmente a mais de 9%, e uma dívida pública colossal, reflete-se na economia do Canadá, devido à interligação entre os dois mercados.

No Canadá, governos têm atacado estagnação com “despesas para estímulo económico”, mas o dispêndio de fundos públicos pode ir até um certo limite – o défice orçamental atual é de 45 biliões de dólares.

A decisão do U.S. Federal Reserve de imprimir dólares para para comprar U.S. treasuries é uma medida designada para manter juros baixos a longo termo e, possivelmente, terá o efeito de “enfraquecer” a moeda. Com desemprego elevado, muitos países preferem o enfraquecimento das respetivas moedas, como estímulo para exportações e redução de desemprego.

Em 2010, ouro aumentou 25% em valor. China continua a acumular o metal às suas reservas. Segundo o presidente duma companhia de investimentos, que visitou esse país recentemente, China comprou 200 toneladas de ouro nos primeiros dez meses do ano.

O dólar canadiano continua a subir em relação ao americano. Será que a paridade se manterá?

PREVISÕES PARA 2011

Segundo estatísticas, Canadá é o que está em melhor situação económica entre os países do grupo G7. A recessão foi menor do que a dos parceiros do grupo e, consequentemente, a recuperação está a ser mais rápida.

Prever o futuro é impossível. Basta olharmos para o passado para ver que a maioria das previsões dos gurus de finanças jamais se realiza. Na maioria dos casos, aqueles que preveem os futuros estão errados. Isto não quer dizer que não tomemos decisões com respeito aos nossos investimentos. Decisões assumidas são baseadas na melhor informação disponível, mas garantias? Essas não as há.

Companhias do setor financeiro, excluindo companhias de seguros, estão em boa posição financeira. Após estas, companhias de condutas (pipelines), que têm certa previsibilidade em receitas. Estes dois setores da economia deverão ter um ano razoável.

Há um certo interesse no setor de matérias-primas devido ao crescimento económico da China e da Índia. É no ouro que existem as maiores divergências, enquanto uns apontam para a continuação da subida do metal, outros pensam que o ouro está predestinado para uma “correção.”

Preve-se igualmente que será um ano de grande actividade em aquisições e consolidação, especialmente no sector mineiro.

A partir no dia 1 de Janeiro a maioria dos Investment Trusts passaram a pagar impostos como corporação. Os ditos “cash cows” perderam a sua atração para aqueles que procuram rendimento periódico. Mas nem tudo é mau para investidores. Estes produtos continuarão a pagar dividendos, embora os reduzam. Mas, se se levar em consideração o tratamento benéfico de dividendos (dividend tax credit), investidores não têm muita razão para se lamentar.

INVESTIMENTOS PARA 2011

Para quem quer começar a investir na bolsa a pergunta que se faz é: quais as companhias adequadas e que oferecem menor risco?

Para investidores conservativos, investir em blue chips que paguem dividendos é o caminho a seguir. Igualmente deve-se considerar a percentagem de dividendos pagos em relação a lucros e à frequência dos seus aumentos.

Se tivéssemos que escolher uma única companhia como investimento, escolheríamos uma do setor financeiro e, dentre deste, um banco. Quaisquer dos cinco mais importantes bancos oferecem boas oportunidades, como dividendos e aumento de valor de ações. é uma questão de preferência pessoal.

Royal Bank (RY), Bank of Montreal (BMO), C.I.B.C. (CM) ou Toronto Dominion Bank (TD), qualquer destes poderia principiar uma pasta de investimento. Bancos devem começara aumentar dividendos durante 2011.

Depois, escolheríamos companhias públicas de transporte de gás, óleo ou eletricidade, TransCanada Corp. (TRP), que produz energia elétrica e transporta gás para os mercados americanos é a favorita. Igualmente Enbridge (ENB), com um dividendo atrativo é uma companhia a considerar.

Duas companhias que oferecem dividendos elevados são TransAlta e Manitoba Telecom Services Inc. Nestas duas temos as nossas reservas. A quase totalidade de lucros são pagos em dividendos e em ambas os casos não se prevê um aumento dos mesmos nos tempos mais próximos.

(17 de Janeiro de 2011)

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